Reforma tributária será para PT o que Plano Real foi para PSDB

O presidente da Câmara, Arthur Lira, e o líder do governo na Casa, José Guimarães / Agência Brasil

As redes sociais seguem inundadas pela reforma tributária. Sem nenhuma cerimônia, todos – governistas e adeptos de última hora –, derramam elogios sobre si e seus grupos, na já explícita tentativa de faturar, politicamente.

É justo. O novo conjunto de regras vira uma pesada página no País. Ficará para trás o manicômio tributário, que punia o setor produtivo e afastava investidores. Entrará em cena um regramento comparável aos modelos mais racionais e menos injustos do mundo.

No vácuo das comemorações, vem a pergunta: quem ganha e quem perde com o novo pacto tributário? Destravando a economia, como dizem seus defensores, a PEC aprovada na semana passada poderá representar para o PT o que o Plano Real foi para o PSDB nos anos 1990.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, portanto e principalmente, será o principal beneficiário. Não somente pela energia canalizada neste primeiro semestre de mandato do presidente Lula. Mas, também, por se tratar de um legado.

Logo o PT, que foi contra o texto final da Constituição Federal de 1988 – apesar de ter assinado, depois de aprovado –, e que também se opôs ao já citado Plano Real e à Lei de Responsabilidade Fiscal.

A propósito, o PT ter sido contra o Real e a LRF explica porque o núcleo duro do bolsonarismo bateu tambor contra o novo sistema tributário nacional.

No Senado, o lento debate ganhará novos contornos

Casa Revisora tem 81 cadeiras / Marcos Oliveira/Agência Senado

O novo sistema tributário mexerá, diretamente, na arrecadação dos estados e no poder dos governadores. Um dos pontos mais polêmicos é a criação do Conselho Federativo.

Por estes e outros motivos, o projeto será dissecado, de forma mais arrazoada, pelos senadores – justamente por ser a chamada Casa Revisora o abrigo parlamentar das Unidades da Federação. Nesse ponto, um detalhe: o Nordeste, sozinho, tem 27 cadeiras – 1/3 do total.

Destaques da bancada do Ceará
Homem de bastidor, o líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, José Nobre Guimarães (PT-CE) teve uma vitória particular, ao ajudar na construção do elástico placar pró-reforma tributária.

O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) também ficou bem na foto, ao articular e encaminhar, como vice-líder do partido na Casa, o apoio à proposta. Também merece destaque Luiz Gastão.

Presidente da Fecomércio-CE, o parlamentar do PSD-CE conseguiu melhorias para os setores de hotel, bar, restaurante e aviação regional.

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