Como diplomata, Lula é um ótimo vendedor

Como diplomata, Lula é um ótimo vendedor

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quer de volta território invadido / Presidência da Ucrânia
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, quer de volta território invadido / Presidência da Ucrânia

Prestes a desembarcar na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) leva nas anotações – audaciosas, na visão de alguns –, o que seria uma ideia de intermediação do conflito entre Rússia e Ucrânia. A invasão é o maior uso de força bélica desde a Segunda Grande Guerra e já mexe com a geopolítica global.

Há alguns dias, o petista disse que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “não pode querer tudo”. A declaração completa: “Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia. Talvez se discuta a Crimeia. Mas o que ele invadiu de novo, tem que se repensar. O Zelensky não pode querer tudo. O mundo precisa de tranquilidade (..) A gente precisa encontrar uma solução”.

Trata-se de um gigantesco equívoco de Lula tratar a invasão da Ucrânia nesses termos. Quem conhece, pelo menos de raspão, como se deu a expansão da Rússia, sabe como funciona o cálculo bélico-político-diplomático de Vladimir Putin. A não ser que o presidente brasileiro parta do pressuposto de que agindo assim, esteja agradando Pequin, uma vez que o país asiático é aliado do Kremlin – o que também seria igualmente discutível.

Na dúvida, Lula deveria ser ater à pauta econômica. Já será uma viagem exitosa se ele conseguir trazer nas anotações promessas de mais negócios com o nosso principal parceiro comercial. Isso ele faz bem.

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