Bolsonaro será preso? A pergunta tende a martelar, cada vez mais, a cabeça de todos quantos acompanham de perto o processo pós-eleitoral brasileiro – no País e no Exterior.
Aos fatos. Saúde, educação, economia, meio ambiente etc. Nestas e em muitas outras áreas, o ex-presidente cometeu atos passíveis de questionamentos. Polêmicos, alguns têm forte potencial para chegar às barras dos tribunais.
As próximas semanas e meses detalharão o mérito de alguns desses episódios. O que importa aqui, por enquanto, é a aparente decisão do PT e costelas em empurrar para detrás das grades o homem que deu cara ao movimento que tirou o lulopetismo do poder.
Muitos vão considerar que é revanchismo. Logo agora, quando Lula precisou de uma frente ampla para retornar ao poder e chegou a pregar reconciliação e pacificação política do País. Esse é somente um dos ângulos de visão.
Outra possível estratégia é a percepção de que Bolsonaro, assim como o bolsonarismo, está vivo e pulsante, com potencial de retorno, a depender dos resultados do governo que se inicia, neste 2023.
Isso é o que ajuda a explicar o primeiro pronunciamento de Lula, que falou para a militância. Isso, somado a outros sinais, mostra que a prisão de Bolsonaro, dificilmente, sairá do radar petista.
De olho em 2026, PT atualiza metáfora da jararaca
Corria o mês de março de 2016. A Lava Jato galopava. Convocado para depor em Curitiba (PR), Lula afirmou o seguinte, em inflamado discurso na sede do PT, em São Paulo:
“Se tentaram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo”. A frase, politicamente incorreta, mostrou que seria preciso muito mais do que uma oitiva para tirá-lo do jogo político em curso.
Dois anos e um mês depois, o petista seria preso e ficaria fora da corrida eleitoral. Simples.