Por que a taxa de lixo deve ser aprovada na Câmara Municipal

Legislativo é composto por 43 vereadores / Divulgação

Governar é tomar decisões – nem sempre fáceis, agradáveis ou compreensíveis. Isso vale para presidentes da República, governadores estaduais e prefeitos municipais.

Nessa perspectiva, alguém acreditava que o projeto que estabelece a Taxa Municipal de Resíduos Sólidos Urbanos – a taxa do lixo -, seria recebido de braços abertos pelos vereadores de Fortaleza?

Tanto é desgastante que até membros da base aliada do prefeito José Sarto (PDT) na Casa estão sob pressão. Alguns, não escondem o descontentamento público com a iniciativa.

Bom teste
Nesse tocante, será um bom teste político. Indo para a segunda metade do mandato, Sarto precisa saber quem é, efetivamente, aliado, ou quem está na base por puro interesse.

Já a oposição está no papel dela – criticar, alardear e, no caso dos vereadores mais sensatos e produtivos -, apresentar emendas que possam melhorar a proposta.

Contudo, na matemática do voto, ninguém duvida que a taxa do lixo seja aprovada pela maioria dos 43 vereadores, apesar de ser aguardado um placar apertado.

Voto para aprovar o prefeito tem. Resultados do tipo, entretanto, não brotam por geração espontânea. É preciso muita articulação política, dentro e fora do Legislativo, corpo a corpo e convencimento político.

30% isentos
Não menos importante, a comunicação cumpre papel primordial. Em casos assim, a população pouco ou mal informada é levada a acreditar em narrativas distorcidas.

Por exemplo: o projeto prevê que não menos de 232 mil imóveis da Cidade – quase 30% do total – serão isentos da taxa. É uma quantidade muito expressiva.

Juntamente com a taxa, os vereadores estão discutindo um novo formato de infraestrutura, inclusão social de catadores e educação ambiental. Será um marco revolucionário no nosso modelo de coleta.

Pelo que diz a Prefeitura, a gestão implantará novas tecnologias na área e tem metas ousadas no tema dos resíduos sólidos. O mundo já faz assim.

Modelo atual
Turística e com pretensão cosmopolita, Fortaleza não pode seguir sendo uma cidade mal cuidada, pouco limpa e com a cultura e relação com resíduos de cinquenta anos atrás.

O modelo atual não agrada os visitantes e, principalmente, não satisfaz quem mora e circula pela Cidade.

Muito própria da política, a disputa de versões sobre os prós e contras da taxa do lixo de Fortaleza deve chegar ao grande público da Capital.

Deve entrar no cotidiano das pessoas – em casa, na escola e no trabalho.

Deve ir muito além das frases de efeito dependuradas nas galerias da Câmara Municipal, para viralizarem em redes sociais.

Deve permear, inclusive, setores da opinião pública da Cidade que, acomodados ou receosos de críticas, não enfrentam o debate como deve ser enfrentado.

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