O que está em jogo na montagem do governo Lula

Petista vai para seu terceiro e último mandato / Ricardo Stuckert

Diplomado na última segunda-feira (12), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) toma posse, no dia 1º de janeiro de 2023, para o terceiro e último mandato como presidente da República.

Tudo dando certo e nada dando errado – do ponto de vista pessoal e político -, o petista estará com 81 anos de idade no mês das próximas eleições presidenciais.

Esse é um dos ângulos por onde deve ser observada a batalha campal em que se transformou a montagem do próximo governo petista.

Isso é o que explica, por exemplo, a avidez com que o PT está se apropriando das principais áreas da gestão federal vindoura.

Tanto é assim que educação, saúde, assistência, articulação política e setores econômicos estarão nas mãos dos caciques – ou delegados por eles.

Legado ou espólio?
Num partido, historicamente, vocacionado para o hegemonismo, os seguidores de Lula têm clareza do que significa estarem bem representados na reta final do próximo mandato.

Lula não tem um chamado herdeiro político natural. Nunca se interessou em tê-lo ou fazê-lo. Pelo contrário.

O ex e futuro presidente do Brasil sempre foi maior do que o PT e controlou os processos.

Num certo sentido, a opção de Lula funcionou. Mas, ao custo de uma próxima geração de líderes petistas órfã.

Isso significa que quem tiver força, dentro e fora do partido e do governo, que se viabilize, durante os próximos quatro anos.

Numa perspectiva pragmática, todos, bem armados, vão fazer fila para pegar um naco do legado – ou seria espólio? – de Lula. Como queiram.

Quem estiver lá – e bem na foto no segundo semestre de 2026 -, terá boas chances de seguir dando as cartas ou, pelo menos, sentado à mesa de decisões.

Projetos reescritos
Mas, como se sabe, a política sempre surpreende e encontra meios de reescrever projetos de poder, forçando seus líderes a refazerem planos.

Na cotação do dia, não se sabe ainda nem como o governo Lula vai começar – muito menos como terminará.

Também é uma incógnita, a preço de hoje, especular que personagem da próxima administração federal será ungido pelo maior dos cardeais petistas.

Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo, muito próximo de Lula, é o único nome, até aqui, admitido com esse potencial perfil.

Outros personagens, que comandarão as já citadas áreas sociais, também devem entrar no páreo.

Quem viver, verá.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *