CPMI do 8/1 mostra como polarização deixa política previsível

Pauta foi dominada por governistas / Marcos Oliveira/Agência Senado

Ninguém sabe onde uma CPI chega, mas a condução dos trabalhos do colegiado dá boas pistas sobre seu desfecho.

Levante a mão quem achava que a CPMI dos Atos de 8 de Janeiro teria relatório final diferente do que foi apresentado.

Previsto para ser votado nesta quarta-feira (18), o documento lista dezenas de bolsonaristas – inclusive, o próprio ex-presidente.

No calhamaço, figuras de alta patente militar e arredores do então governo são apontados como conspiradores antidemocráticos.

Surpreendeu quem? Em tudo que é canto – sessões, imprensa, redes etc -, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) não escondia a narrativa – antes mesmo da primeira oitiva.

Só lhe faltavam convocações seletivas, perguntas idem e holofotes para dar rosto, nome e sobrenome ao discurso.

Com audiência no início, a CPMI ficou tão non sense, ao longo dos meses, que os governistas, a certa altura, ficaram eles com eles, sem saber o que fazer com a ampla maioria no grupo.

Registre-se, também, que a ideia de um autogolpe, supostamente praticado pelo recém-empossado governo Lula, não passou de um tiro de festim.

E que o relatório alternativo será recusado, pelo plenário da CPMI, praticamente com o mesmo amplo placar com que o oficial será aprovado.

No mais, já perceberam que de tão polarizada e miserável de conteúdo, a política no Brasil está ficando cada vez mais previsível?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *