Guilherme Boulos, o PT e o mapa eleitoral nacional de 2024

Filiado ao Psol, Boulos terá apoio do PT em São Paulo / Divulgação

Não foi fácil nem silenciosa a decisão do PT nacional em apoiar a pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (Psol) à Prefeitura de São Paulo, no ano que vem.

Sem um nome à altura, o partido quedou-se à realidade, neste sábado (5).

A maior cidade do Brasil, a exemplo do que acontece em todo o País, é uma espécie de antessala do Governo do Estado, um sonho antigo, que acompanha o PT desde a tenra idade.

Por que isso é importante? Simples. A decisão do petismo paulistano joga mais pressão sobre o mapa eleitoral nacional.

Em recuperação política desde a derrocada de 2016, quando atingiu seu pior desempenho, o PT vai para as eleições de 2024 com o claro objetivo de se manter ou ampliar seus espaços.

Disputa em Fortaleza
Aqui entra a disputa pela Prefeitura de Fortaleza, a maior economia municipal do Nordeste.

Isso ajuda a explicar a convicção petista em ter candidatura própria à sucessão do prefeito José Sarto(PDT)

Uma rápida olhada nos contextos políticos locais, quando comparada a Salvador (BA) e Recife (PE), por exemplo, permite afirmar que a Capital do Ceará pode ser a conquista mais cobiçada – porque factível.

Por óbvio, na política não existe esse jogo de compensação, em que uma candidatura passa a ser incondicional ali porque o mesmo partido não será cabeça de chapa acolá.

Mas a lógica do PT é outra. Todos lá sabem que 2024 será um ensaio geral do que poderá acontecer dois anos depois.

Portanto, estar na maioria das gestões locais, a partir de 1º de janeiro de 2025 – mesmo que fora da titularidade do Executivo -, é a meta a ser perseguida.

Caminhar ao centro é maior desafio
Deputado federal mais votado de São Paulo – tirou mais de 1 milhão de sufrágios -, Boulos vem de movimentos de rua.

É um esquerdista raiz. Ele e o PT terão, portanto, o mega desafio de parecerem mais palatáveis ao eleitorado da capital paulista.

Favor não confundir a gestão de uma das maiores cidades do Hemisfério Sul com uma eleição legislativa.

O mesmo eleitor que gosta de representantes rasga-lata no Parlamento não tolera radicalismos no Executivo.

PS: isso serve para São Paulo e serve Fortaleza.

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