Será nomeado um ministro “terrivelmente lulista”?

Zanin foi escolhido por Lula / Antonio Cruz/Agência Brasil

Ninguém sabe responder à pergunta acima. O que existe, até agora, é a ideia fixa do presidente da República enviar à mais alta Corte do País o advogado que o defendeu na Lava Jato – o que seria o papel de qualquer outro advogado.

Na outra ponta, não faltam críticas à indicação de Cristiano Zanin para a vaga aberta com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski. Ao fazê-lo por critérios puramente pessoais, Lula tritura os princípios republicanos. Faltou ao mandatário ouvir a casta jurídica do País.

Também não houve o chamado princípio da representatividade. Bem nascido, Zanin é homem, branco e de meia idade. Eis um dos problemas de autoridades que agem somente na base do “eu quero, eu posso, eu faço”.

Ao agir assim, o presidente da República, que voltou ao poder ancorado no discurso dos novos tempos, iguala-se ao seu antecessor – pelo menos no quesito indicação ao Supremo. Bolsonaro disse e cumpriu a nomeação de um ministro “terrivelmente evangélico”.

Isso nos leva à pergunta inicial. Escaldado, o presidente não quer ver repetido o filme protagonizado por Dias Toffoli e Joaquim Barbosa. Nomeada pelo petista, a dupla não cumpriu com a lealdade aguardada pelo lulopetismo.

Para seguirmos no bordão Estado Democrático de Direito, Brasil, esperemos que Zanin também não.

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