Prováveis adversários em 2024, o PT do governador Elmano de Freitas e o PDT do prefeito José Sarto estão cada vez mais distantes.
Isso, politicamente. Do ponto de vista administrativo, é praticamente impossível que isso aconteça entre os dois entes federados.
O Governo do Estado do Ceará e a Prefeitura Municipal de Fortaleza têm vínculos de gestão para muito além das querelas eleitorais.
O Ceará, de maneira geral – e, especificamente, Fortaleza -, apresenta gargalos que somente parcerias são capazes de superar – e olhe lá. Vejamos:
Peso da Capital
Sabe-se que o Governo do Estado tem compromisso declarado com a primeira infância. Fortaleza tem 270 mil crianças, entre 0 e 5 anos.
O Executivo Estadual aposta no futuro dos jovens. Na Capital, há 720 mil deles, entre 15 e 29 anos.
O Estado acredita que o desenvolvimento econômico é a saída. Nesse segmento, a Cidade é a mais relevante do Nordeste.
Na educação, outra prioridade do Governo: Fortaleza tem uma das maiores redes de ensino municipal do País, com centenas de equipamentos.
A lista é imensa. Poderíamos citar turismo, mobilidade, conectividade, capacitação, reciclagem, inovação etc etc etc.
Interdependência
Em todas as áreas, Fortaleza tem peso extraordinariamente diferenciado. Pense em qualquer problema atual do Ceará – da fome à violência – e Fortaleza despontará.
Por outro lado, a Capital faz parte das soluções do Ceará, como se percebe na multibilionária arrecadação de impostos para os cofres estaduais.
Nesse sentido, a gestão Elmano é inexequível sem considerar a Capital do Estado; a gestão Sarto é, igualmente, impensável, sem parcerias.
A pergunta que fica: até onde, com projetos distintos, pode ir a relação institucional entre os governos Elmano e Sarto?
Resposta: até onde as diferenças políticas não sejam colocadas acima do interesse público e responsabilidade de cada um.