O dilema dos independentes no jogo do poder

Situação acontece desde o Congresso Nacional a câmaras municipais / Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Não cravar posição política firme – nem no governo nem na oposição –, deveria ser uma boa opção. Afinal de contas, seria a voz do equilíbrio, sobriedade, temperança e bom senso – artigos em falta no mercado ideológico nacional. Mas, não é assim que funciona.

Primeiramente, porque, em regra, quem é independente o é mais por fatores externos e alheios à vontade. Geralmente, são situações derivadas de derrotas eleitorais. Portanto, da consequente falta de condições para aderir à base, por um lado e, por outro, não ter peso nem articulação suficiente para se proclamar opositor.

Não todos, claro, mas, como sabemos, há declarações de independência absolutamente artificiais, da boca para fora, geradas tão somente com base em interesses imediatos de grupos ou pessoas. No bom português, se dizem independentes para valorizar o passe e serem chamados para conversas e concessões.

Como se dá essa dinâmica é questão de escala, mas está presente em todos os tipos e tamanhos de parlamento – do Congresso Nacional a câmaras municipais perdidas no mapa, passando-se por assembleias legislativas.

PS: independentes costumam se apresentar, em disputas eleitorais, como alternativas à polarização. A história recente mostrou que isso não vinga.

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