Os governos do PT e a disputa pela Prefeitura de Fortaleza

Palácio do Bispo é próximo alvo do PT-CE / PMF/Divulgação

Em Brasília, diferentemente do que acontece no Ceará, o poder mudou de mãos, a máquina é incomparavelmente maior e há uma ampla frente partidária.

Em comum, entretanto, há a perspectiva, lá e aqui, de que a formação dos novos primeiros escalões projete nomes para as eleições municipais daqui a dois anos.

Liderar uma grande área, desde que não seja uma usina de crises, pode dar a visibilidade necessária para quem pretende disputar voto – e quase todos querem isso.

É óbvio que ser ministro ou secretário não é garantia de sucesso nas urnas.

Se assim o fosse, Eunício Oliveira (MDB) teria sido governador, Elmano Freitas (PT) prefeito de Fortaleza e Mauro Filho (PDT) seria hoje senador.

Mas há projetos de poder em curso, pessoais e de grupos, em que a máquina pública entra como facilitadora e principal cabo eleitoral.

Saindo na frente
Nomes que forem para o staff do governo federal ou participarem da gestão Elmano, portanto, podem sair na frente do jogo que já começou.

Dando as cartas estarão, inclusive, personagens que não, necessariamente, sentarão na cadeira de ministro ou secretário.

Para citarmos somente dois no PT: o senador eleito Camilo Santana (PT) e o deputado federal reeleito José Nobre Guimarães.

Assim como foi um dos responsáveis pela eleição de Elmano, Camilo terá papel preponderante na condução das estratégias do grupo palaciano.

Guimarães vai operar a partir de Brasília e do PT nacional, a exemplo do homem forte que foi nos primeiros governos Lula, no início dos anos 2000.

Sucessão de Sarto
Depois do próprio Palácio da Abolição, o Paço Municipal da Capital é a joia a ser conquistada no Estado do Ceará.

Caberá ao PT de Elmano, Camilo e Guimarães atuar para avançar sobre o território de Fortaleza. Ao PDT de Sarto e companhia restará a missão de resistir às investidas petistas.

PS: coincidência ou não, o PT chegou à Prefeitura de Fortaleza, em 2004, dois anos depois de Lula subir a rampa do Planalto, pela primeira vez, em 2002.

Com a grande diferença de que o então governo Lula não apoiou a candidata Luizianne Lins (PT). Pelo contrário: pediu voto para Inácio Arruda (PCdoB).

E, segundo consta, foi o voto rebelde da Cidade, contra a hegemonia do PT, que empurrou a candidata à vitória. Fortaleza tem dessas coisas.

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