Pacificação, punição e o risco do terceiro turno presidencial

Vitoriosos querem manter Bolsonaro na mira / Marcos Corrêa/PR

Menos de duas semanas após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, como próximo presidente da República, começa a ganhar força a tese de que o Brasil deveria passar por um amplo processo de punição – e não de pacificação.

O discurso da não beligerância foi adotado pelos vitoriosos, até pelo menos o dia 30 de outubro.

Na prática, haveria uma espécie de ajuste de contas contra o ainda mandatário Jair Bolsonaro (PL) e seus principais seguidores, apontados como responsáveis por vários tipos de crimes.

Nem é exagero considerar que desmandos e excessos foram cometidos.

Entretanto, o próximo governo do Brasil já terá problemas demais para enfrentar, sem que entre eles exista o sentimento de vedetta política. Governos bem sucedidos, dificilmente, coincidem com períodos barulhentos.

Pelo contrário. A atual gestão federal é o exemplo mais firme de que incendiários são péssimos conselheiros políticos.

Pode ser que por detrás da defesa da punição aos adversários bolsonaristas esteja a reedição do “nós contra eles”, com o objetivo de inviabilizar possíveis adversários daqui a quatro anos.

Isso, mesmo arriscando a promoção ou a alimentação de um terceiro turno presidencial. Pisar na cabeça da jararaca sempre será um risco – além de crime ambiental.

Na América, trumpismo manda recado a democratas

Ex-presidente pode voltar ao jogo / Agência Brasil/Reprodução

Os Estados Unidos, a seu juízo e circunstâncias, estão trilhando o caminho que poderá passar a limpo parte do que aconteceu na reta final do governo de Donald Trump (Republicanos).

O ex-presidente poderá, no limite, sentar no banco dos réus ou mesmo ser punido com prisão.

Enquanto isso, o eleitorado foi às urnas, nesta terça-feira (8) para as chamadas eleições de meio de mandato. Trump saiu fortalecido. Deve ser candidato em 2024.

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