Na contagem regressiva para o final da atual legislatura, os 22 deputados federais do Ceará (re)eleitos para os próximos quatro anos montam uma espécie de grid de largada.
Entre neófitos, veteranos, opositores e governistas são intensas as especulações sobre o papel e o peso de cada um, dentro e fora da Câmara dos Deputados.
Antes de citarmos alguns que devem atuar acima da média, em poder e prestígio, é importante algumas observações.
De maneira geral, a atual legislatura deixou a desejar. Motivos não faltaram.
Os últimos quatro anos foram atropelados pela pandemia; o Executivo terceirizou o diálogo. Isso, mais as crises prejudicaram a pauta.
Com a volta do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto, há a forte expectativa de que as conversas políticas voltem a fluir.
Até porque há um longo caminho a ser percorrido no Congresso Nacional, para a construção do que poderá ser a futura base de apoio.
Dito isso, vamos a alguns nomes.
Alto clero
A bancada do PT – José Nobre Guimarães, José Airton Cirilo e Luizianne Lins -, nessa sequência, sobrevoarão os corredores do Congresso e a Esplanada dos Ministérios.
Não será surpresa a presença forte do trio, principalmente Guimarães, na distribuição dos nacos e estruturas federais no Ceará.
Eunício Oliveira é um caso à parte. Merece ser observado. Com forte histórico de articulações em Brasília, pode subir a pirâmide, mais uma vez.
Mas, por óbvio, não se deve aguardar de Eunício o mesmo poder e influência decisiva de quando o emedebista presidia o Senado.
Quinteto pedetista
Os cinco pedetistas – André Figueiredo, Mauro Filho, Idilvan Alencar, Eduardo Bismarck e Robério Monteiro -, dependerão, em parte, do tamanho da sesmaria negociada com o Planalto.
Idilvan e Bismarck, com perfis e relacionamentos diferenciados, devem usufruir de espaços para além dos quadrantes da sigla.
Os sobreviventes
O União Brasil fez quatro deputados: Fernanda Pessoa, Moses Rodrigues, Danilo Forte e Dayany do Capitão.
Danilo e Moses têm talento, experiência e conhecem os escaninhos de Brasília. Os dois podem seguir desempenhando um bom mandato.
Fernanda e Dayany passarão pela curva de aprendizagem da Capital.
Os demais deputados cearenses em Brasília estão distribuídos entre o PL de Jair Bolsonaro (cinco), o PSD de Gilberto Kassab (três) e o PP de Arthur Lira (um)
Nesses casos, a atuação vai depender dos rumos do PL, PSD e PP. As três forças estão (ou estiveram?) com o atual governo.
Cada legislatura é um teste de sobrevivência, que passa, necessariamente, pelos acordos com a nova direção do poder em Brasília.