Por que Bolsonaro patina, apesar de algumas boas notícias de seu governo?

Presidente da República não consegue diminuir rejeição / Marcos Corrêa/PR

Eleito, em 2018, por um alinhamento de fatores, Jair Bolsonaro (PL) bateu recordes históricos de rejeição e desaprovação, ao longo dos últimos três anos e meio. Mas, como governos em geral são usinas de voto, o mandatário foi para a tentativa de reeleição apostando na recuperação da performance ao longo do segundo semestre de 2022. O governo dá sinais de melhoras. Bolsonaro, não.

O nível de emprego subiu, a inflação desacelerou, uma série de produtos e serviços essenciais baixou de preço e bilhões de reais estão chegando às classes populares. Ou seja, na média geral, a economia e a vida real dos brasileiros melhoraram. Em circunstâncias normais – e até mesmo para repetir o que aconteceu com todos os três presidentes que buscaram mais quatro anos de mandato –, Bolsonaro seguiria com a faixa no peito.

Mas, como as circunstâncias não estão normais, a um mês do primeiro turno das eleições, Bolsonaro segue patinando. Dependendo da pesquisa, está há mais de dois dígitos do líder Lula (PT). De forma surpreendente, o candidato à reeleição não está conseguindo faturar, politicamente, em cima das boas notícias citadas acima. Isso, numa altura do campeonato em que as preferências eleitorais estão muito bem cristalizadas e já começando uma espécie de contagem regressiva.

Governo Federal parece ter perdido o timming

Auxílio: vésperas da campanha / Divulgação

Desorganizada, a gestão do presidente Bolsonaro atravessou anos a fio, criando uma crise por dia. Virou refém do Congresso Nacional, brigou com outros poderes, governadores e setores da opinião pública. Às vésperas das eleições, turbinou o Auxílio Brasil e uma série de outros benefícios. Dado o período, o eleitor não está percebendo a ajuda como uma ação de cobertura social permanente, e sim como apelo eleitoral. O Planalto parece ter perdido o timming.

Desempenho pessoal
Num mundo em que quase tudo acontece em tempo real e se alastra, o desempenho pessoal de governantes tem peso cada vez maior na cabeça do eleitor. Com temperamento forte, posições polêmicas e dado a intrigas, Bolsonaro conseguiu segurar o núcleo do bolsonarismo. Na linha do tempo das pesquisas, tem cerca de 1/3 do eleitorado. Mas é pouco, muito pouco. E não há nada sinalizando que o candidato à reeleição esteja pensando em flexibilizar o comportamento. Esse deverá ser o maior de seus erros políticos.

Causa animal
Ficou proibido abater qualquer animal apreendido no Ceará. De autoria do deputado estadual João Jaime (PP), projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa prevê recolhimento, abrigo e cuidados. Estado e municípios poderão firmar parecerias. O proprietário passa a ser depositário fiel – ou o animal será transferido para entidades credenciadas.

Na TV Otimista
Érika Amorim, candidata ao Senado pelo PSD de Domingos Filho, é a sabatinada de hoje do Grupo Otimista – com cobertura multimídia. Deputada estadual e ex-primeira-dama de Caucaia, Érika promete dar trabalho na disputa, que também tem Camilo Santana (PT) e Kamila Cardoso (Avante) no páreo. Entrevista será ao vivo, das 14h às 15h.

Senado aprova U$ 50 mi para Itapipoca

“Terra dos três climas” vai melhorar infraestrutura / Leonardo Sá / Agência Brasil

O senador Cid Gomes (PDT), antes de pedir licença do Senado Federal – será de 121 dias –, deu um grande presente aos itapipoquenses: conseguiu a liberação de mais de U$ 50 milhões – ou mais de R$ 200 milhões, em recursos para o município da Região Norte do Estado, por meio de um empréstimo junto à Corporação Andina de Fomento (CAF). A operação foi aprovada no Senado Federal. Discutir e decidir sobre empréstimos internacionais é uma das atribuições privativas da Casa. Os recursos se destinam ao financiamento parcial do Programa de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Socioambiental de Itapipoca (Prodesa). Uma conta mais do que justa.

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