A avaliação da gestão Sarto e dos governos Elmano e Lula

Prefeito, governador e presidente / Divulgação

Antes de adentrarmos nos comentários sobre os índices de aprovação/reprovação dos governos Sarto, Elmano e Lula – revelados pela pesquisa exclusiva O Otimista/Real Time Big Data, publicada nesta sexta-feira (1º) –, convém algumas ressalvas.

Eleito em 2020, o prefeito de Fortaleza está há mais de dois anos e meio à frente da gestão. Portanto, há um natural desgaste de material que, na média geral, todo gestor sofre. Só não passa por isso quem nunca governou.

Elmano: eleito em primeiro turno, o petista completa, hoje, exatos oito meses no Palácio da Abolição. Ainda há ecos da vitória. Já o experiente Lula, que voltou ao Planalto por um punhado de votos de diferença, vem acertando e errando, ao gosto do freguês. Isso considerado, vamos aos índices.

Sarto, com 34%, e Elmano, com 35%, estão empatados, tecnicamente, entre os entrevistados que consideram os dois governos “regular”. A margem de erro é de 3pp. É o maior índice de cada um.

As semelhanças param aí. Quando somamos “ótimo/bom”, o prefeito tem 29% e o governador, 37%. Diferença de 8pp. Mas é no rodapé da tabela onde o cenário fica mais delicado para o prefeito.

Enquanto o chefe do Palácio do Bispo aparece com 35% de “ruim/péssimo”, o homem forte do Abolição tem 26%. Nove pp. de diferença.

Abismo de “bom” e “péssimo” separa Elmano de Sarto

Gestores apresentam índices distintos / Reprodução

Como dito acima, tanto o prefeito Sarto quanto o governador Elmano dispara no quesito “regular”. O segundo maior índice do pedetista, entretanto, é péssimo: 23%, enquanto que o petista é associado a um governo “bom” por 29%.

Eis o abismo que separa as duas administrações. Quem indica a pior nota possível, certamente, está convicto disso. Dificilmente mudará de ideia. Já o “bom” é uma margem segura – flutua entre o “regular” e o ótimo.

Presidente é um caso à parte

Vejam a diferença. Enquanto Sarto e Elmano disparam em “regular”, essa nota é somente a terceira do governo Lula, com 22%, segundo a pesquisa O Otimista/Real Time Big Data. Em primeiro lugar vem o “bom” (31%) que, somado com o “ótimo” (25%) vai a 56%. No rodapé aparecem 13% de “péssimo”. Um pouco acima, 7% de “ruim”.

De maneira geral, é um cenário que reflete e sustenta a força política do governo federal e do presidente da República num estado que deu quase 70% dos votos ao petista, no 2º turno.

Turbulência

Os índices de intenção de voto para prefeito de Fortaleza, trazidos pela pesquisa O Otimista/Real Time Big Data, reforça a seguinte tese: a centro-esquerda na Capital passará por turbulências para escolher o nome do condomínio político ligado ao Abolição. Luizianne Lins (PT) é quem melhor pontua, mas outros critérios serão considerados.

Filme velho

Prestes a entrar na terceira disputa consecutiva pela Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil) é líder isolado das intenções de voto.

Em 2022, o ex-deputado federal ganhou para governador na Capital. Será isso suficiente? Opositor começar corrida eleitoral liderando é filme tão velho quanto a própria política. A conferir.

Prefeitura: riscos e oportunidades

Obras públicas podem ser ponto de virada para prefeito / PMF

Conforme vimos mostrando aqui, o prefeito José Sarto (PDT) pisa no acelerador do cronograma de obras por toda a Cidade. Em paralelo, anuncia concursos, parcerias e coloca a Capital do Estado no centro de importante debates – alguns, fora do País.

É uma gestão premiada. Mas está sob pressão. Político experiente, o pedetista sabe que a tendência é a margem estreitar ainda mais. Será seu governo posto sob avaliação do eleitor de Fortaleza, e não os governos Elmano e Lula – apesar do peso e da influência destes.

Sarto está no jogo, jogando com as fichas de que dispõe. Onde há riscos também pode haver oportunidades. Como esses fatores vão se comportar, somente os fatos vindouros dirão.

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