Era um domingo. Convocados, opositores à ditadura militar (1964-85), sindicalistas, intelectuais, artistas e católicos compareceram à quadra de esportes do tradicional colégio Sion, em São Paulo.
Ali, em assembleia histórica, depois de muitas reuniões e plenárias, ao longo dos últimos dias e semanas, era fundado o Partido dos Trabalhadores (PT) – que viria a se transformar num dos mais relevantes agrupamentos políticos de centro-esquerda da América Latina.
Exatos 43 anos depois, o PT tem muito o que contar – de avanços e de episódios dos quais não se orgulha. Desde aquele 10 de fevereiro de 1980, foram muitas vitórias, derrotas, conquistas e escândalos.
Com o PT no governo, classes populares entraram em filas de banco, check-in de aeroporto e listas de chamadas em universidade. Com o PT no governo, compra de consciência parlamentar passou a ter pagamento mensal, métodos de corrupção ganharam escala e lavagem de dinheiro foi aperfeiçoada.
De volta ao poder, depois de descer ao inferno de condenações e prisão, Lula e o PT tentam escrever mais um capítulo. Em uma encruzilhada, o aniversariante do dia carrega as contradições deste rincão do planeta, chamado Brasil.
