As principais datas do novo calendário eleitoral de 2020 são as seguintes:
- 31/8 a 16/9: convenções partidárias
- 26/9: registro de candidaturas
- 27/9: propaganda, inclusive na internet
- 15/11: primeiro turno
- 29/11: segundo turno
- 15/12: prestação de contas
- 18/12: diplomação
Na prática, o cronograma foi empurrado para frente em 42 dias do original – menos de um mês e meio.
Certamente, fará muita diferença num país que, descoordenado nas ações de combate à pandemia, aproxima-se de 1,5 milhão de infectados, com quase 61 mil mortos, aqui e ali ultrapassando mil óbitos em 24 horas.
Mesmo tenebrosos, os números de vidas humanas acima, extraídos de boletins oficiais, desconsideram a subnotificação, que em alguns cenários chega a dez vezes mais.
A transferência das eleições, porém, por si só pouco ou quase nada adiantará, se o enfrentamento ao coronavírus seguir uma colcha de retalhos, com cada estado e município fazendo o que pode e do seu jeito.
Para lembrar: em março, quando o vírus desembarcou no Brasil, começaram a ser produzidas projeções para todos os tipos e gostos em relação ao alcance da Covid-19. Nas mais otimistas, a preço de hoje a pandemia já tinha ficado para trás.
A rigor, chegamos ao segundo semestre sem um prognóstico seguro do que vai acontecer nos próximos meses em infecções e vidas humadas perdidas.
Os motivos estão aí: um país acéfalo, negacionista em alguns setores, muita politicagem e segmentos da população irresponsavelmente desobediente em termos de isolamento social.
Como o Blog afirmou, as particularidades de uma eleição municipal devem ser consideradas nessa guerra.
Sem a improvável inversão dos fatores que levaram o Brasil ao vexame internacional nessa área, os 42 dias, como dito acima, podem até fazer diferença.
Mas será o suficiente para a construção de um ambiente de campanha eleitoral seguro, do ponto de vista sanitário, de quem vai pedir voto na campanha, e de quem vai votar no meio e no final de novembro?