A semana que ajudará a definir cenários de 2022

A atual vice-governadora, Izolda Cela, e o titular, Camilo Santana / Divulgação

Até o final da semana que começa, pelo menos dois grandes momentos do calendário eleitoral deste ano terão desfechos, com impactos diretos, da pré-campanha à fila de votação, em outubro. Na sexta-feira (1º/4), será fechada a janela partidária, espécie de hiato legal na fidelidade às siglas. Como resultado do troca-troca de filiação, representações legislativas desapareceram; outras, surgiram. Alguns partidos fecharão as portas. 

Os palanques majoritários e as listas proporcionais ficarão mais robustos. A disputa, especialmente, por cadeiras de deputado, será mais dura, cara e penosa. Também está previsto muito fura-olho. Não haverá surpresa se um ou outro postulante, simplesmente, desistir.
Outro momento importante da semana é a possível desincompatibilização do governador Camilo Santana (PT), caso o petista mantenha de pé a ideia de disputar a vaga aberta no Senado, com o fim do mandato de Tasso Jereissati (PSDB). A carta-renúncia pode ser apresentada à Assembleia Legislativa no apagar das luzes deste mês.

Com a provável saída de Camilo do governo, assume, automaticamente, a hoje vice-governadora Izolda Cela (PDT), natural candidata à reeleição. Setores do governo gostariam que, a partir daí, a partida de baralho pedetista para a escolha do candidato chegasse ao fim. Mas, para outras correntes, o jogo estará somente começando. E a oposição, claro, acompanhará tudo de luneta.

Boas armas, boas regras
Assim como na vida, na política não há boas regras sem boas armas. A lição maquiavélica vem encontrando respaldo dentro e fora do Brasil. Por aqui, somente quando o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, baniu o Telegram do País, a plataforma apressou-se em se enquadrar. A multinacional, com pose de falcão, passou a cantar como um vem-vem. Noutro patamar, a Rússia, em meio ao cerco diplomático e econômico do Ocidente, teve de admitir disposição para usar as armas que tem. Nesse caso, no preocupante sentido literal. Os dois exemplos servem, ainda, para reforçar a máxima de que guerra é a política da terra arrasada, praticada por outros meios, quando a legalidade já não é suficiente para equacionar conflitos.

Quando ministro ofusca o chefe
O governo Bolsonaro começa a semana correndo atrás do desgaste envolvendo o ministro da Educação. Enquanto balança no cargo, Milton Ribeiro será investigado por suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa. O caso, envolvendo pastores lépidos e fagueiros na cúpula da Esplanada dos Ministérios, ofuscou o grande esforço que o Palácio do Planalto vem fazendo para o mandatário pontuar melhor, nessa estratégica fase da
pré-campanha.

O bom risco de Heitor Freire
O deputado federal Heitor Freire (União Brasil) relativiza o fato de não ter prefeitos aliados para lhe ajudar na campanha eleitoral que se avizinha. Bolsonaristas de carteirinha, o parlamentar montou uma estratégia simples e, a conferir, eficaz: os recursos públicos que consegue, em Brasília, são pulverizados em dezenas de cidades, no pagamento de serviços públicos. Segundo diz, já foram R$ 25,9 milhões. Espera fazer boas colheitas. Homem do mercado financeiro, de risco ele entende.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *