Supremo, laicidade e currículos

Da coluna Erivaldo Carvalho, do jornal O Otimista, desta sexta/3:

Futuro ministro do STF, André Mendonça tem currículo consistente / Marcos Oliveira/Agência Senado

Neste espaço, no dia 14 de julho último, poucos dias após André Mendonça ser indicado à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, destacamos aqui a polêmica que viria a se seguir. Dissemos que a narrativa antibolsonarista, provavelmente, iria se agarrar mais ao aspecto religioso do advogado do que ao currículo do agora quase ministro – tomará posse do cargo no próximo dia 16. Na CCJ do Senado, não mais do que de repente, surgiram professores em matéria de laicidade do Estado de todos os lados. Praticamente, as mesmas pessoas que não veem nada demais em crucifixos pregados em sedes de poderes e repartições públicas.

Também dissemos que críticos à indicação não se deram ao trabalho de saber quem é Mendonça. Para lembrar: ele é especialista em direito público, pela prestigiada UnB e mestre e doutor pela multi-centenária e respeitadíssima Universidade de Salamanca (Espanha), onde já deu aula. Também ensinou na Mackenzie de Brasília e na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem dissertação e tese sobre corrupção, estado de direito e governança. Foi advogado concursado da Petrobras, advogado-geral da União e ministro da Justiça. Dá de chinelo na ficha do então indicado Antonio Dias Toffoli, em 2009, cuja referência era ter sido advogado do PT. É o jus sperniandi.

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