Sobre disputas tradicionais e política velha

Olhe ao seu redor: a política velha está mais presente no dia a dia do que se imagina / Reprodução

Eles são movidos a vaidade e jogo de interesses. Em épocas eleitorais, sempre tentam agradar a maioria. Pedem voto para si e aliados, embora os reais motivos para a conquista de um mandato nem sempre fiquem claros. Quando a base está unida, as candidaturas da situação são imbatíveis. Mas, se houve dissidência entre os próprios grupos que chegaram juntos ao poder, quem está no controle fica exposto ao risco de derrota nas urnas. Ou seja, se as oposições se unificarem, as chances de vitória aumentam. Há, portanto, muito esforço e negociação entre opositores para marcharem juntos e uma torcida entre os governistas para que a nova oposição siga rachada.

Meses antes da votação, a máquina fica mais barulhenta, com exibição de muitos feitos. Do outro lado, os adversários fazem de quase tudo para desgastar os governistas. Em paralelo, elaboram e apresentam aos potenciais eleitores muitas propostas simpáticas – algumas irrealizáveis. Mas isso é o de menos. O importante é ganhar as eleições. Por fim, vem a campanha, propriamente, com muito dinheiro, debates, discursos, entrevistas e brigas jurídicas. Passando-se por modernos, priorizam as redes sociais, listas e grupos. Tudo isso é a velha política partidária, certo? Mais do que isso. Está por todo lado. De sindicatos a entidades de classe. De condomínios a grandes corporações.

O PT e a síndrome de 2018
O simbolismo político dos atos contra o presidente Bolsonaro do último dia 12 não chega a ser inédito. Em certa medida, remete a 2018. Vejamos: a terceira via foi às ruas e praças combater o que avaliou ser o adversário comum. Enquanto isso, o PT e suas costelas assistiram do sofá de casa ou da mesa de barzinho. Em seguida, o partido do ex-presidente Lula anunciou o movimento para o próximo dia 12. Ou seja: assim como há quase três anos, neste setembro o bolsonarismo mostrou força, enquanto petistas não conseguiram enxergar para além do próprio projeto de poder.

Outro futuro para a juventude
Caso executado conforme foi concebido e se não sofrer solução de continuidade, o Programa Juventude Digital, encampado pelo prefeito José Sarto, tem potencial para ser uma das marcas da gestão do petista. Tanto pelo alcance das dezenas de milhares de jovens, que poderão ter outro futuro, quanto pelo ambicioso mercado que se formará, a partir da oferta e demanda qualificadas.

Decisão, desdobramentos e acordo
Até aqui há poucas dúvidas, apesar da pressão em contrário, de que Camilo Santana (PT) sairá no início de abril do ano que vem para disputar o Senado. Dois possíveis desdobramentos: o senador Tasso Jereissati (PSDB) flertará, fortemente, com a aposentadoria política e a futura governadora Izolda Cela poderá disputar a reeleição. A não ser que bons acordos sinalizem noutra direção.

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