Com Bolsonaro, tudo pode acontecer – inclusive, nada

Mesmo desgastado, com popularidade em baixa e uma CPI apontando para si, o presidente Jair Bolsonaro não está fora do jogo de 2022. É viável a tese corrente de que o mandatário está ensaiando uma saída honrosa – ou dobrar a aposta -, caso chegue ao segundo trimestre do ano que vem inviável, eleitoralmente. No primeiro caso, não disputaria a reeleição, usando como justificativa algo na linha “fraude anunciada”. No segundo, vislumbra-se um rompimento democrático, que encurtaria o caminho para a permanência no poder. Note-se que investir nas duas situações virou o esporte preferido do chefe do Executivo.

Fora desses parâmetros, o presidente poderá e deverá usar a fórmula clássica. A rigor, a estratégia já está em curso. Qual seja: usar a força da máquina e o poder discricionário do presidente da República para vitaminar os músculos políticos. O dado mais claro desse estratagema é o redesenho da configuração dos postos-chave do Palácio do Planalto e Esplanada dos Ministérios; o governo planeja despejar dinheiro nos próximos meses na base da pirâmide social e acaba de desbloquear o Orçamento de 2021. Tudo isso, partindo de um piso de intenção de voto considerável, além do animador histórico de reeleição que o Brasil exibe.

Hora de semear, hora de colher
Prefeito de Quixadá, o médico Ricardo Silveira (PSD) pensa e olha longe. Iniciante de um novo ciclo político do maior município do Sertão Central, pretende fazer da cidade um polo nacional de conhecimento, com base em tecnologia. Ele sabe que é esse o grande ativo, do presente e do futuro. Mais do que isso, conta com o apoio de grandes revelações da política do Ceará, a exemplo dos deputados Domingos Neto (PSD) e Salmito Filho (PDT). Outro grande detalhe, que faz a diferença: Desprendido, Silveira planta agora sementes que darão frutos para as próximas gerações.

Insônia eleitoral
A possível nova regra para eleição de deputado, que poderá entrar em vigor em 2022, está tirando o sono de muitos políticos – em mandato ou não. Para lembrar: pelo que está posto, a lista de eleitos será a dos que tiverem mais voto nominal. Parece óbvio. Mas, atualmente, coligações partidárias, quociente eleitoral e as famosas buchas eleitorais é o que define quem entra ou roda.

O eleitor entende
Cálculos e recálculos apontam cortes dramáticos em bancadas, em todos os partidos, indistintamente. Não é para menos. Há situações nas quais um punhado de voto dá condições de posse a determinados candidatos, em detrimento de outros muito bem votados. O “ditstritão”, como está sendo chamado, é polêmico. Mas é uma regra prática, que o eleitor entende.

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