Os vários caminhos que levam a uma candidatura

Maioria dos pré-candidatos prefere o caminho mais fácil

Definir o chamado espectro ideológico de uma candidatura à Presidência da República não é fácil. Muitos grupos tentam. Alguns, nem isso. A maioria se perde pelo caminho. Poucos conseguem. Ainda mais em um País como o Brasil, em que o bom senso político e a ideia de nação justa, solidária e viável deram lugar ao pragmatismo político, em seu pior sentido. Juntar valores políticos em torno dos quais sairão os parâmetros de negociação com potenciais aliados, de onde germinarão as mensagens da campanha eleitoral, propriamente ditas, e o desenho de um possível futuro governo, é desafiador. E poucos, muito poucos mesmo, estão dispostos a fazer isso.

Em regra, com raríssimas exceções, os personagens preferem o caminho fácil da demanda latente, que pulsa das estratificações aferidas em pesquisas qualitativas. Partidos políticos ou segmentos interessados vão às ruas e grupos, colher amostras das dores do eleitorado. Temas como emprego, saúde, educação, segurança e temas mais difusos revezam entre os primeiros da lista. Consultorias especializadas vão aos índices brutos, transformando-os em discursos, narrativas e motes para produção de conteúdos. Em seguida, o marketing político dá umas borrifadas de perfumaria. Pronto. Acaba de nascer a fórmula da estratégia eleitoral que empulhará aos incautos. Simples.

O centrão e a prorrogação da CPI
Nos últimos dias, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ironizou a imparcialidade na condução dos trabalhos da CPI da Covid. Antes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) destacara a “conveniência” de, no momento apropriado, decidir sobre a prorrogação – ou não -, do colegiado que apura ações, omissões e até agora um enredo muito mal contado em torno do manejo da pandemia. Em comum, Lira e Pacheco têm o fato de serem aliados do Planalto. Não será, portanto, decisão tranquila manter a CPI de andamento.

O sobe-e-desce do poder
Todo grupo político, em períodos democráticos, nasce, cresce, chega ao ápice e experimenta a decadência. Na reta final, sofre um dos dois processos básicos: é superado por outro grupo, diferente ou antagônico, ou assiste aos próprios aliados que, com sede de poder, acabam por suplantá-los. É a história, implacável, como somente ela consegue ser.

Para além da pandemia
Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado estão com agenda lotada, nessa reta final do semestre legislativo. Na primeira, supersalários, Lei de Diretrizes Orçamentárias e reformas tributária e administrativa. Já os senadores têm uma maratona de sabatinas e votação para várias estruturas dos poderes da República, inclusive embaixadas e tribunais superiores.

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