José Airton quer reeditar 2002

Deputado José Airton é pré-candidato a governador, mas pode querer renovar mandato/Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

As eleições do ano que vem marcarão exatas duas décadas da “onda vermelha”, que em 2002, diante de um desgastado governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e um Luiz Inácio Lula da Silva “paz e amor”, levou o PT ao poder em Brasília. No Ceará, entrou para a crônica política o bordão “Lula-lá-José-Airton-cá”, uma referência ao então vereador de Fortaleza, José Airton Cirilo (PT), que se lançara à sucessão do à época governador Tasso Jereissati (PSDB). Vibrante e polêmica – inclusive quanto ao resultado eleitoral – a disputa histórica é um dos motes que animam o petista, que novamente quer entrar na briga pelo Executivo Estadual.

José Airton reverbera a tese de que Lula foi injustiçado e perseguido na Lava Jato e vincula o mantra ao pleito de vinte anos atrás, no Ceará. Ou seja, se candidato for e encabeçar o palanque do ex-presidente no Estado, Airton deverá pedir justiça política também para si. É um bom mote. Mas insuficiente. Particularmente, diante de um PDT que abriga o maior grupo político do Estado e que não esconde de ninguém que deverá lançar candidato próprio à sucessão de Camilo Santana (PT). Ex-vereador, ex-prefeito e no quarto mandato de deputado federal, o experiente José Airton sabe que os tempos são outros. Não será, portanto, fácil reviver o feito de 2002.

O PT nacional e o palanque de Lula no Ceará
O pleito de 2022 deverá reaproximar o ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), e a deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), em torno do possível palanque de Lula no Ceará. Nesse desenho, José Airton Cirilo poderá encabeçar a chapa majoritária. Mas não esperemos muita força de Lula ao grupo. Para o PT nacional, a prioridade será a corrida ao Planalto, que num provável segundo turno com Bolsonaro passa por não esgarçar as relações com os ciristas no Estado. Sacrifica-se cenários locais por objetivos nacionais.

Planalto segue na mira da CPI
Ao contrário do que planejavam os governistas, o depoimento do ex-secretário estadual da Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, não tirou o foco do Planalto. Ao longo da oitiva desta terça-feira (15), tanto o ex-ministro, Eduardo Pazuello, quanto a secretária de Gestão da pasta, Mayra Pinheiro, voltaram ao olho do furacão, by falta de oxigênio e tratamento precoce em Manaus.

Menos um na corrida de 2022
Aconteceu o que muitos já esperavam: o global Luciano Huck, depois de meses sinalizando debutar na vida partidária, resolveu renovar contrato com a TV Globo. Ensaiados ou não, os movimentos do apresentador de auditório e sua posterior desistência demonstram que, com cada vez menos exceções e para o bem ou para o mal, a política é para os profissionais.

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