CPI da Covid: Mayra pode pagar preço pelo bom desempenho de Pazuello

Na semana passada, um encontro de fatores resultou em saldo positivo para o governo Bolsonaro, na CPI da Covid. Principalmente em relação ao depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O Palácio do Planalto esperava algo próximo a um desastre. Não foi. Como reação, no colegiado já se cogita algum tipo de acareação, nova convocação ou algo do tipo. No conjunto, os senadores, à frente o relator Renan Calheiros (MDB-AL), estão irritados. Significa que a próxima a sentar no banco dos depoentes, a médica cearense Mayra Pinheiro, poderá pagar o preço de um general que deu várias ensebadas nos parlamentares – estes quase tão somente de olho nos holofotes.

A oitiva da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde está marcada para esta terça-feira (25). Mayra notabilizou-se pela defesa do uso da cloroquina, inclusive com a suposta institucionalização de protocolos em Manaus (AM). É o chamado “tratamento precoce” – medicações sem nenhuma comprovação efetiva contra o coronavírus. Os senadores vão especular algum tipo de vínculo entre esse receituário e a mortandade que chamou a atenção do mundo – no contexto da falta de oxigênio, que agravou a situação. A conquista da narrativa está em aberto. Mas ela deve se preparar para encontrar senadores bem mais assertivos e aguerridos.

Tasso e Girão
A convocação de Mayra Pinheiro partiu de cinco senadores: Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Rogério Carvalho (PT-SE) e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL). Chama a atenção o fato de o Ceará ter dois senadores na CPI conterrâneos da médica – Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo Girão (Podemos). Vai ser mais interessante, ainda, a participação de ambos durante as questões levantadas e considerações dirigidas à secretária. No quesito Mayra, Jereissati e Girão estão em lados opostos.

Zezinho no PP de Arthur Lira
O PP de Arthur Lira e companhia, dirigido no Ceará por A.J. Albuquerque, está em vias de receber Zezinho Albuquerque, secretário das Cidades do governo Camilo. É um dos movimentos partidários mais bruscos dos últimos meses. Tanto considerando-se que o PP é do núcleo bolsonarista em Brasília quanto levando-se em conta o perfil conciliador do ex-presidente da Assembleia.

Liderança ajuda e atrapalha
O ex-presidente Lula estaria confortável e satisfeito com a pontuação pré-eleitoral mostrada pelos últimos levantamentos de intenção de voto. Depende. De acordo com o jogo jogado, isso ajuda, mas também atrapalha. São raríssimas as corridas eleitorais com liderança de ponta a ponta, sem falar que quem está melhor posicionado vira alvo fácil e preferencial dos demais. A conferir.

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