Notas sobre Tasso Jereissati

Senador em segundo mandato, tucano é cotado para disputa nacional

Em seu segundo mandato de senador da República, o três vezes governador do Estado, Tasso Ribeiro Jereissati, 72, entrou para os livros de história pelas portas da frente: esteve no lugar certo, no momento certo e fez a coisa certa; administrador de empresas, buscou, na gestão pública, sempre que possível, parametrizá-la com modelos de negócios privados: foco em planejamento, busca de resultados, ousadia em projetos, visão de longo alcance e perpetuação. Hoje, trinta e cinco anos depois do longínquo 1986, o modelo implantado no Ceará é aplaudido Brasil afora. Mais do que isso, foi o alicerce que possibilitou ao Ceará projetar-se para o mundo.

Mas nem sempre foi assim. O início foi muito difícil e desafiador. O primeiro choque de gestão de Tasso na máquina estadual, que exorcizou milhares de funcionários fantasmas e eliminou privilégios, foi como mexer em vespeiro. O jovem governador perdeu popularidade numa rapidez fulminante; virou inimigo número um do funcionalismo público – particularmente, em Fortaleza – e viu a base aliada minguar na Assembleia Legislativa. Aos poucos, com persistência, foi virando o jogo na gestão e na opinião pública cearense – tanto que fez o sucessor, Ciro Gomes, e depois foi eleito outras duas vezes – sempre com coerência, austeridade e princípios.

Senado fez bem à cabeça de Tasso
Em 2002, quando Tasso foi eleito senador pela primeira vez, o Ceará ficou diante de uma grande interrogação: como seria o mandato de um político de biografia já histórica, ex-chefe do Executivo com fama de atuação rígida e autossuficiente em termos eleitorais? Para a surpresa da grande maioria, o então debutante senador surpreendeu a todos – mais uma vez. O exercício do contraditório, próprio da gênese dos legislativos, fez muito bem não somente à cabeça do hoje veterano parlamentar: projetou-o como reserva política da República.

Imagem com potencial para agregar
Conforme lembrou o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo (PE), a imagem política de Tasso transcende o ninho tucano. É voz ouvida dentro e fora do Senado. Isso o credenciaria, em termos de aderência de outras forças políticas, a entrar na disputa pela Presidência da República. Inclusive pelo potencial de atrair outros nomes de peso do cenário nacional, a exemplo de Ciro.

Tucano não tem do que reclamar
Entrando na reta final de mais um mandato, Tasso tem emitido sinais de que deseja voltar a Brasília em 2023 – a depender do desenho do palanque governista no Ceará. Mas, até aqui, o tucano não tem do que reclamar. Não é todo dia que um político que só pretende renovar o mandato toma tanto banho de mídia – local, nacional e internacional -, de forma espontânea e alvissareira.

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