Bolsonaro e a tempestade que se forma no horizonte

Nuvens carregadas sobre o Palácio do Planalto, em Brasilia. Foto DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Há pouco mais de três meses, a crônica política nacional tinha uma avaliação média de que o presidente Bolsonaro estava com o caminho basicamente livre para uma possível vitória em 2022. Personagem que poderia “melar” – para usar um termo palaciano -, tais pretensões, o ex-presidente Lula estava com direitos políticos suspensos. Na sequência, a vitória do centrão curetou o Congresso Nacional. O embrião de uma ampla frente de centro-esquerda virou feto. Os bolsonaristas mais empolgados acrescentavam que, com o prolongamento da pandemia, a reedição do auxílio emergencial daria a Bolsonaro altura e velocidade de cruzeiro.

Só que não. Numa demolidora sequência de fatos, um longo e turvo inferno astral passou a rondar o presidente. Vejamos: a pandemia avançou em seu mórbido galope, deteriorando os escudos que, politicamente, até então o protegiam; o ministro Luiz Edison Fachin devolveu Lula ao centro do ringue eleitoral; fruto de seu próprio delírio, a crise militar de março levou ao manifesto de forças do centro-direita, com reflexos no ano que vem. Nos últimos dias, veio a CPI da Covid. De efeitos tanto imprevisíveis quanto devastadores, já é sentida pelas frestas do Palácio do Planalto em forma de brisa fria – o último aviso de que uma tempestade se forma no horizonte.

Teoria atualizada com prática concreta
Está saindo do prelo consistente contribuição para o sempre dinâmico debate sobre Direito do Consumidor no Brasil: Contratos de Consumo – parâmetros eficientes para a redução da assimetria informacional (editora Foco). Da lavra da defensora pública Amélia Rocha, o livro aborda problemas judiciais decorrentes da deficiência de informação ao consumidor – embora as empresas tenham altos custos para gerá-las. “No contrato civil, vale o que está escrito. No contrato de consumo, vale a informação que motivou a contratação do consumidor”, diferencia a autora.

Passagem rápida e produtiva
O Estado do Ceará passará a ter “educação inovadora e empreendedora” no currículo escolar da rede oficial. O projeto, aprovado na Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Camilo Santana, foi uma das várias iniciativas do então deputado Tadeu Oliveira (PSB), na sua rápida, mas produtiva passagem pelo legislativo cearense. Fica o exemplo.

Sobre parlamentos e executivos
Há uma tese mais ou menos consolidada na cena regional de que a Assembleia Legislativa é um celeiro de prefeitos de Fortaleza. De fato, o histórico é bom. Outra suposição está surgindo, dando conta de que mandatos no Congresso Nacional podem beneficiar pretendentes ao Palácio da Abolição. Não é bem assim. A teoria vem depois dos fatos – não o contrário.

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