As campanhas de outrora e o novo normal da caça ao voto

Íntegra da Coluna Erivaldo Carvalho, no jornal O Otimista desta quarta-feira, 17/6:

Em 2016, as campanhas eleitorais passaram de 90 para 45 dias

Em tempos recentes, meados de junho em anos pares era época de muita especulação sobre os primeiros arranjos políticos, com vistas ao outubro vindouro. Com o calendário eleitoral em pleno desenvolvimento, as primeiras simulações de aliança eram conhecidas, e velhas e novas caras começavam a se (re)apresentar ao distinto público. Aos poucos, rodadas de entrevistas, debates e perfis publicados na imprensa convencional iam dando os contornos sobre quem iria sair na caça ao voto. Se nesse meio tempo houvesse pesquisas de opinião sobre a pré-temporada, a temperatura subia alguns graus, jogando pressão nas negociações entre grupos e partidos políticos. Também é desse período a profusão de “especialistas” em gestão e trato com o dinheiro público, que brotava de todos os lados – e para todos os gostos. Cada um, a seu jeito e modo, tentava chamar a atenção para os gargalos e as soluções que tinha para a Cidade, o Estado ou o País.

Há quatro anos, a minirreforma eleitoral reduziu à metade o período das campanhas eleitorais – de 90 para 45 dias – com início no meio do mês de agosto. Isso e uma série de outras restrições deixaram o período eleitoral um tanto quanto corrido e superficial. Agora, neste 2020, por conta da pandemia, teremos um pleito super atípico. Neste novo normal, as redes sociais deverão reinar. Isto é, se o tóxico ambiente digital receber um regramento mínimo, que nos permita pelo menos respirar. A conferir.

Receita política

Negociação política é arte que envolve muitas habilidades, como projeção certeira de cenários, cálculos eleitorais, pragmatismo na leitura do jogo, boa dose de blefe e frieza no momento da decisão. Isso, sem falar da estrutura e capilaridade partidárias e tempo no rádio e TV, fora outros pré-requisitos. É por essas e outras que muitos negociadores de primeira viagem miram na cabeça de chapa e não conseguem acertar sequer na vice.

General no Podemos

Ex-PSDB, partido pelo qual concorreu ao Governo do Estado, em 2018, o general Guilherme Theophilo desafivelou as malas no Podemos do senador Eduardo Girão. Em substituição a Plauto de Lima, presidirá a legenda na Capital. Previsível, cogitou-se que o político verde-oliva seria opção a vice do pré-candidato ao Paço, Capitão Wagner (Pros). Chance remota. O também militar da reserva procura um empresário ou nome da saúde.

Nem na guerra

Está nas convenções e tratados de guerra: civis, mulheres, crianças e serviços de saúde devem ser poupados e protegidos, em zonas de guerra. Em alguns conflitos armados, criam-se os chamados corredores humanitários – regiões neutras, por onde chega ajuda, como suprimentos e equipes médicas. Significa, claramente, que nem na guerra se pode tudo. Não há, portanto, explicação para o atentado, que por pouco vereadores de Fortaleza não cometeram, ao tentarem invadir o hospital de campanha do PV.

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