Tempos tóxicos na OAB-CE

Sede da entidade no Ceará: vísceras expostas

Numa espécie de reação em cadeia, o clima político polarizado da política profissional parece ter contaminado outras estruturas representativas. Uma delas, a secção Ceará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE).

Os mais recentes episódios envolvem a atual Diretoria, a Escola Superior de Advocacia (ESA) e a Caixa de Assistência ao Advogado (CAACE).

Alimentado por acordos e desacordos, o clima tóxico – antes restrito aos bastidores, vem desde a escolha dos atuais dirigentes, em novembro de 2018.

Nesta sexta-feira, o juiz João Luiz de Nogueira Matias determinou que o atual presidente, Erinaldo Dantas, regularize os repasses mensais à CAACE, além do pagamento de R$ 574 mil atrasados.

A decisão veio um dia após o Conselho Superior da OAB-CE, presidido por Erinaldo Dantas, liderar sessão extraordinária que destituiu o presidente da ESA, Andrei Aguiar, e os diretores Anderson Feitosa, Katianne Wirna e Paulo Franco.

Opositores da atual gestão alegam que as destituições iriam contra o Regimento Interno da OAB-CE, segundo os quais os mandatos se encerrariam em 2021.

Medir forças nos tribunais, em nome de terceiros, faz parte da atividade dos operadores de direito.

Mas o embate intestino na Ordem, em vez de reunir os interesses comuns da categoria, expõe as vísceras de uma entidade, numa flagrante falta de equilíbrio e exemplo para a sociedade, nesses tempos difíceis.

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